20 de janeiro de 2012

São Sebastião

São Sebastião
Padroeiro de Rio Verde

O dia 20 de janeiro, assim como os nove dias que o antecede é festejado em Rio Verde há mais de um século. A data se refere a comemorações em louvor ao santo padroeiro do município, São Sebastião. Durante nove dias as famílias tradicionais da cidade, devotos das cinco paróquias e muitos outros católicos que nem sempre são tão assíduos à Igreja, participam fervorosamente desta festa. Os fieis acompanham a novena que é realizada na Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores e que tradicionalmente tem início com a transladação da imagem do santo da Igreja São Sebastião, no centro da cidade, até a Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, onde acontece durante os nove dias a reza do terço e em seguida a celebração da Santa Missa, cujas orações, cânticos e ladainhas são dedicados ao santo padroeiro da cidade.

Sendo Rio Verde um município voltado para as atividades rurais, cuja população em sua maioria é originária da zona rural, a devoção a São Sebastião vem desse povo que o invocava para se livrarem das pestes em animais, das pragas em lavouras, epidemias e como protetor de suas propriedades. Essa devoção remonta do século passado, de uma época em que houve muitas doenças e pestes no município, quando um dos padres que residia em Rio Verde começou a invocar São Sebastião para a cura das pessoas acometidas com essas doenças e que geralmente morriam por não ter na época, a devida assistência médica. As preces do padre foram atendidas e as pessoas passaram a devotar imenso carinho e devoção ao santo que até hoje é tido como o protetor da cidade.
 Igreja São Sebastião, a mais antiga da cidade

Um exemplo de fé do povo rio-verdense, independente de classes sociais é a participação na novena em louvor ao padroeiro do município que acontece de 11 a 20 de janeiro, às 19 horas na matriz Nossa senhora das Dores. Durante as nove noites a Igreja fica lotada pelos fieis e no encerramento quando é realizada a procissão com a imagem do padroeiro a multidão toma conta das ruas no centro da cidade onde o que se vê é o povo cantando, louvando e pagando promessas. Algumas crianças se vestem de anjo, pessoas seguem descalças e outros pagam suas promessas de diversos modos, sempre com sacrifícios, acompanhando os nove dias de oração e principalmente participando fervorosamente de todos os momentos desta festa.

No tradicional leilão várias famílias aproveitam para fazer sua oferta, seja doando, arrematando uma aprenda ou comprando uma pamonha, um caldo ou Chica Doida nas barracas da praça. Produtores rurais, empresários, classe política e a população em geral participam desses momentos festivos e religiosos, cujo lucro da festa, resultado do leilão e das barracas, é revestido em obras que a paróquia realiza ao longo do ano, estas podem ser reformas, construções e principalmente no trabalho social e pastoral que é realizado pelos leigos sob a orientação do pároco.

17 de janeiro de 2012

Monjas Concepcionistas

Na Diocese de Jataí/ GO existe um mosteiro de vida monástica contemplativa: O Mosteiro Monte Sião da Imaculada Conceição de monjas Concepcionistas da ordem da Imaculada Conceição. Este mosteiro foi fundado em 1988. É constituido por monjas que vivem em clausura, rezando “com e pela” Igreja a Liturgia das Horas ou Oficio divino, distribuindo todo o seu dia entre oração, trabalho;- vida fraterna. Um mosteiro contemplativo constitui também um dom para a Igreja local a que pertence. Representando o seu rosto orante, toma mais plena e significativa a sua presença de Igreja. (49) Uma comunidade monástica pode ser comparada com Moisés, que, na oração, decidiu a sorte das batalhas de Israel (cf. Ex 17,11) e como a sentinela que vigia de noite à espera da aurora (cf. Is 21,6).

O mosteiro representa a própria intimidade de uma Igreja, o coração onde o Espírito geme e intercede continuamente pelas necessidades da comunidade inteira, e donde se eleva sem cessar a ação de graças pela Vida que Ele concede em cada dia (cf. CoI3,17).

A contemplativa claustral cumpre em sumo grau o primeiro Mandamento do Senhor: « Amarás ao Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento» (Lc 10,27), fazendo d’Ele o sentido pleno da sua vida e amando em Deus todos os irmãos e irmãs. Ela busca a perfeição da caridade, escolhendo Deus como « o único necessário » (cf. Lc 10,42), amando-O exclusivamente como o Tudo de todas as coisas, cumprindo com amor incondicional por Ele, no espírito de renúncia proposto pelo Evangelho (cf. Mt 13,45; Lc 9,23),24 o sacrificio de todo o bem, ou seja, « tomando sagrado » e exclusivo de Deus todo o bem, (25) para que só Ele habite na grande tranqüilidade do silêncio claustral, enchendo-o com a sua Palavra e a sua Presença, e a Esposa possa dedicar-se verdadeiramente ao Único, « em oração contínua e alegre penitência », no mistério de um amor total e exclusivo.

As monjas revivem e continuam na Igreja a presença e a obra de Maria. Acolhendo o Verbo na fé e no silêncio adorador, colocam-se ao serviço do mistério da Encarnação e, unidas a Jesus Cristo na sua oblação ao Pai, tomam-se cooperadoras no mistério da Redenção. Como no Cenáculo Maria, com a sua presença orante, custodiou no seu coração as origens da Igreja, assim está confiado ao coração amante e às mãos erguidas das monjas claustrais o caminho da Igreja.

É importante que os fiéis aprendam a reconhecer o carisma e a função específica dos contemplativos, pelo sua presença discreta mas vital, pelo seu testemunho silencioso que constitui um apelo à oração e à verdade da existência de Deus.

As monjas trazem no coração os sofrimentos e as ansiedades daqueles que recorrem à sua ajuda e de todos os homens e mulheres. Profundamente solidárias com as vicissitudes da Igreja e do homem de hoje, colaboram espiritualmente para a edificação do Reino de Cristo a fim de que« Deus seja tudo em todos» (l Cor 15,28).

16 de janeiro de 2012

Nas pegadas de Francisco e Clara

Nas pegadas de Francisco e Clara
freis e freira franciscanos caminham construindo a história de Quirinópolis

Mergulhamos na história para encontrar Franciscanos e Franciscanas que se colocaram a serviço da Igreja de Quirinópolis. No seguimento de Jesus Cristo, na vida de oração e devoção e, na comunhão de vida em fraternidade, homens e mulheres demonstraram sua ação evangelizadora, continuando a obra de são Francisco.  Agradecemos eternamente a Deus que moveu estes corações para fazer chegar a este rincão do sudoeste goiano a Boa Nova do Senhor. Nossa forma de manifestar a gratidão a cada um em particular é registrar aqui seus nomes para se tornarem conhecidos de toda a Diocese de Jataí à qual também se dedicaram com intenso fervor missionário. Somos uma comunidade de fé porque presenciamos o testemunho na simplicidade e humildade de vida dos que inscrevemos aqui:

Ordem dos Frades Menores:
Fr. Artur Mayer, Fr. Capistrano F. Hein, Fr. Carlos Miller, Fr. Daniel Mcueigh, Fr. David Babcock, Fr. Deusdeth B. de Castro, Fr. Donaldo Chin, Fr. Donario Falconeri Cardoso, Fr. Dorcílio de Oliveira Júnior, Fr. Edmundo J. Fox (Fr. Tomé), Fr. Geraldo R. Mudd, Fr. Gregório O’Donnell, Fr. João Batista Vogel, Fr. João José Burke, Fr. João Mendes, Fr. José Afonso de Oliveira, Fr. Juvenal F. Leahy, Fr. Luiz Gonsale, Fr. Marcos Smith, Fr. Olivio Obalhe Teodoro, Fr. Paulo Osborne, Fr. Rafael Donano, Fr. Remy F. Richardson, Fr. Rosário A. Vieira, Fr. Sérgio José de Almeida, Fr. Teófilo Musser, Fr. Tomas Jones, Fr. Vilmar R. Batista.

Irmãs Franciscanas de Allegany:
Ir. Ana Lúcia da Silva, Ir. Ângela Teresinha Gonçalves, Ir. Aparecida Maria Guimarães, Ir. Clara Francisca de Jesus, Ir. Cleusa Alves da Silva, Ir. Dayanne Rodrigues Santana, Ir. Diva Aparecida Machado, Ir. Edith Pereira de Oliveira, Ir. Iolanda Maria Borges, Ir. Jerônima Rodrigues Lopes, Ir. Joaquina Márcia Araujo dos Santos, Ir. Maria Abadia da Silva, Ir. Maria Anita Batista, Ir. Maria Antonia Mota Ribeiro, Ir. Maria Assumpta Cunha, Ir. Maria Donizete de Freitas Rabelo, Ir. Maria Elcy Resende, Ir. Maria Guiomar de Sousa Oliveira, Ir. Maria Helena Guimarães Sepulveda, Ir. Maria Inês da Silva +, Ir. Maria José Monteiro, Ir. Maria Leide de Oliveira, Ir. Maria Luisa Teixeira, Ir. Maria Madalena de Souza, Ir. Maria Margarida de Carvalho, Ir. Oneida das Graças Resende, Ir. Patrícia Ribeiro da Silva, Ir. Paula Maria Pereira, Ir. Teresinha de Jesus Santos, Ir. Terezilda de Aguiar, Ir. Terezinha de Jesus Oliveira, Ir. Valdete Patrocínio.

Por: Maria Sofia (PASCOM)

14 de janeiro de 2012

A Festa do Santo Padroeiro


Seguindo um calendário de certo modo paralelo ao calendário litúrgico, as comemorações do padroeiro principal do lugar ou da cidade, transformam em festa a vida da comunidade eclesial. Toda igreja edifício é dedicada ao Senhor, segundo antiquíssimo costume. Por tradição, ao erigir uma igreja, ou fundar uma comunidade cristã, busca-se encontrar para a mesma um titular. Ele é escolhido para ser o intercessor da comunidade junto de Deus. Este será a Santíssima Trindade, ou Nosso Senhor Jesus Cristo sob a invocação de algum mistério de sua vida ou de nome empregado na liturgia; ou o Espírito Santo, ou a Santíssima Virgem Maria, sob algum qualificativo usado na liturgia; ou os Santos Anjos, ou enfim um Santo inscrito no Martirológio Romano (cf. Ritual da dedicação de Igreja, 4).

O certo é que ao edificar uma igreja templo os fiéis procuram as grandes figuras cristãs. O santo padroeiro é comemorado e venerado em comunidade, prestando-lhe um culto solene, para que os fiéis aprendam seu exemplo pelas suas boas obras. É uma forma de evocar o próprio mistério do viver. É a festa que marca o tempo da comunidade. Tem algo de místico, porque celebra a vida. É festa. Festa da igreja Povo de Deus.

A ocasião é um apelo à conversão e oferece através dos ensinamentos, crescimento e amadurecimento à vida da comunidade paroquial. O acontecimento também favorece a interação das pastorais e a aproximação das famílias, na medida em que envolvem todos os seguimentos da comunidade numa dinâmica reflexiva, celebrativa e de confraternização. A Igreja deseja que tal acontecimento sirva para educar os fiéis na vida cristã, ajudando-os a aprofundar e viver com mais autenticidade o que celebram na liturgia.


Na nossa diocese de Jataí as paróquias organizam a festa do santo padroeiro como acontecimento de salvação. Algumas mais criativas outras menos. Para preparar com solenidade a missa da festa a comunidade se expressa através de novenas ou tríduos. Outras expressam a festividade com uma procissão com a imagem do padroeiro. A procissão é uma assembléia litúrgica em caminhada. Manifesta a fé do povo Exercita a piedade dos fiéis e louva a Deus, dá graças ou pede a sua proteção. São várias as expressões da piedade popular que se manifestam nesta ocasião.

O mês de janeiro além de ser o tempo das fortes chuvas e das férias, é o mês de comemorarmos o dia de São Sebastião. Na diocese temos duas paróquias e seis capelas dedicadas a São Sebastião. Com novenas, tríduo, celebrações, visitas, carreatas, procissões preparamos para celebrar a vida desse cristão que foi soldado e viveu no século III. A vida de São Sebastião, não obstante os muitos séculos que dela nos separam, pode iluminar-nos aqui e agora no seguimento de Jesus, suscitando em cada um de nós, em nossas famílias, comunidades e paróquias um novo vigor e um novo impulso para levar adiante a obra que Cristo quer realizar através de sua Igreja.

Pesquisando alguns documentos da nossa diocese de Jataí, encontrei um relato com a data de 20 de janeiro de 1919, que afirma: “grassando com intensidade nos Municípios vizinhos de Jathay a temível epidemia de ‘Gripe Hespanhola’  que tantas vitimas tem feito em outros lugares, ceifando vidas preciosas, o Vigário de Jathay, por occasião da Festa do Glorioso Martyr São Sebastião, no dia 20 de janeiro, dia em que se festejam o glorioso Martyr, fez um voto pelo povo de mandar encomendar a sua imagem quando   a q u i   c h e g asse ,   o   p o v o acompanhado pelo Vigário transportaria a dita imagem em procissão a Igreja Matriz, percorrendo as principais ruas da cidade. Estando de sahida para São Paulo o Sr. Olimpo Toledo de boa vontade encarregou de leva a dita imagem, mandando encama-la. Aqui chegando a 22 de junho o Vigário convidou a todos para a dita transladação no dia 23 as duas horas da tarde, havendo a imagem sahir em procissão  das portas da cidade. Depois de benta a imagem sahiu a procissão em boa ordem acompanhada pela banda de Musica que de boa vontade se prometeu para mais brilhantismo da festividade.  Percorrendo as ruas principais da cidade com fogos entrou a procissão na Capela de Nossa Senhora do Rosário. Cantava os versículos em honra de São Sebastião dada a oração, seguiu logo a benção do Santíssimo Sacramento, encerrando assim o voto feito. É para admirar-se que entrando aqui a epidemia da gripe, entreou Ella com caracter benigno não ceifando vidas preciozas como em outros lugares. Louvor seja dado ao Glorioso Martyr São Sebastião”.(Voto da Parochia de Jatahy ao Glorioso Martyr S. Sebastião. Documento do acervo da Cúria Diocesana de Jataí – GO).

Olhar para nossos irmãos de fé que nos legaram um grande exemplo de devoção a São Sebastião, como na história transcrita, só pode nos fortalecer e firmar em nós as virtudes indispensáveis para o cumprimento dos nossos compromissos batismais. Que o bom São Sebastião invencível atleta da fé, que entregou sua vida, seja o grande farol a nos apontar a estrada certa nestes tempos que, às vezes, nos parecem tão difíceis, nos ajude a viver a “fé nos desafios de nosso tempo”.


Dom José Luiz Majella Delgado - Bispo diocesano de Jataí – GO

13 de janeiro de 2012

Ano da Palavra de Deus


Com a celebração litúrgica do 2º Tempo Comum abriremos na Diocese o “Ano da Palavra de Deus”.  O ato ocorrerá no domingo seguinte a festa do batismo do Senhor que neste ano cai na segunda-feira, 9 de janeiro. O encerramento acontecerá com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do universo, 25 de novembro de 2012. Com o objetivo de motivar as Paróquias, capelas, Movimentos eclesiais, nossas famílias e todo o povo para que busquem alimentar-se da Palavra de Deus como Fonte de vida da ação evangelizadora traçamos como meta ‘nenhuma família diocesana sem a Bíblia’ e aprofundaremos o estudo da Exortação Apostólica pó-sinodal do Papa Bento XVI – Verbum Domini e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011 – 2015), onde nossos bispos apresentaram a “Igreja como lugar de animação bíblica da vida e da pastoral”. Tais documentos vieram reforçar o entusiasmo em torno da Palavra de Deus, seu primado e de sua centralidade. Como Igreja diocesana vamos redescobrir esta centralidade da Palavra de Deus na vida cristã, conhecê-la em profundidades e ensinar aos filhos, argumentar com ela, tomar decisões a partir da Palavra e, mais que tudo, rezar com Deus vivo, por meio da Sagrada Escritura. O Conselho Diocesano para a liturgia traçaram caminhos adequados á nossa diocesana com o objetivo de facilitar a aproximação da Sagrada Escritura e cegaremos ao encontro com a Palavra. Igualmente peço aos Conselhos Paroquiais, os Movimentos eclesiais e Pastorais, vamos promover um verdadeiro “mutirão bíblico”, definido um programa a ser abraçado por todas, para que o alimento da palavra de Deus é um fato; é a pessoa de Jesus Cristo que os Apóstolos encontraram enquanto caminhar, ao longo do mar da Galileia e que a Igreja proclama com alguém que hoje pode ser encontrado nas estradas da nossa vida. Vamos ouvir, ver, tocar e contemplar (cf. I Jo 1,1) a  beleza e o fascínio deste encontro com o Senhor, o “Verbo da Vida, já que a vida mesma e manifestou em Cristo” (Verbum Domini – VD,12.). Vamos testemunhar para a Igreja e para o mundo de como é belo o encontro coma Palavra de Deus na comunhão eclesial. Portanto, exorto todos os fiéis a redescobrirem o encontro pessoal e comunitário com Cristo, Verbo da Vida que Se tornou visível, a fazerem-se seus anunciadores para que Se tornou visível, a fazerem-se seus anunciadores para que o dom da vida divina, a comunhão, se dilate cada vez mais pela nossa diocese e o mundo inteiro (VD, 2). Um ano da Palavra. A alegria do encontro com a Pessoa de Cristo, Palavra de Deus presente no meio de NÓS. Vamos começar hoje a tomar nas mãos a Escritura, para encontrar nela, e por meio dela, o Verbo Encarnado.


Dom José Luiz Majella Delgado - Bispo diocesano de Jataí – GO